domingo, 16 de novembro de 2008

Algum, de Pablo Neruda

Prefiro que não, amada
Para que nada nos amarre
que nada nos una.

Nem a palavra que aromou tua boca,
nem qoue nõ dissram as palavras.

Nem a festa de amor que não tivemos,
nem teus soluços perto da janela.

Amo o amor dos marinheiros
que beijam e se vão.

Deixam promessas.
Não voltam nunca mais.

Em cada porto uma mulher espera:
os marinheiros beijão e se vão.

Uma noite se deitam com a morte
no leito do mar.

Pablo Neruda

Certezas


Quero sentir teu cheiro e fazer dele a única certeza da minha vida. E do teu sabor, vou fazer minh existência. Estaremos juntos, e assim iniciaremos nosso ritual de unificação, assim de forma pacífica.
Vamos nos entralaçar, braços, pernas, bocas. Nos queimar um no outro, nos sentir cada vez mais perto.
Vou te tocar, te degustar. Cada ponto, cada dobra, cada centímetro desse território amistoso que é teu corpo. Vou lamber, vou cheirar, vou te provar. Tocar teu sexo, sorve-lo de forma carinhosa e animalesca ao mesmo tempo. Olhar-ei para tu e verei em ti cada sinal de teu prazer chegando e se propagando de forma instantânea por você. No teu olhar encontrarei o incentivo necessário a te proporcionar cada vez mais volúpia. Este mesmo olhar, também me mostrará tua ternura, teu carinho e até mesmo a emoção daquele momento só nosso.
Isto tudo será nosso ritual de unifcação, um ritual que irá nos conduzir ao momento de ter você, de sentir eu e você virando somente um. E quando isso acontecer, nossos olhares terão muito mais significados que qualquer junção de várias palavras. Tudo será dito pelo teu olho dentro do meu. Vou sentir tua cadência, sentir você e seu calor em mim.
Corações batendo freneticamente, corpos suados, chegaremos ao nosso ápice. Sentrei o teu mais íntimo sabor e você sentirá o meu. Mais troca de olhares, agora um olhar mais terno e mais suave, um olhr de amor dirigido a coisa amada.
Continuaremos assim, unos, e assim contemplaremos mais uma, duas, três vezes, a beleza e a felicidade de ser um do outro. Naquele momento sentiremos a paz que só os amantes desfrutam, seremos felizes e adormeceremos, sentido cada um, presença forte e pulsante do outro.
Nesse momento reafirmarei a teu cheiro como minhascertezas, teu sabor cmo minha vivência. E se algum dia eu te perder, perderei junto as minhas certezas e toda minha vida, uma vez que sem você, passarei ser um ser incompleto.

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Frida Kahlo e Florbela Espanca





"O meu mundo não é como o dos outros, quero demais, exijo demais; há em mim uma sede de infinito, uma angústia constante que eu nem mesma compreendo, pois estou longe de ser uma pessoa; sou antes uma exaltada, com uma alma intensa, violenta, atormentada, uma alma que não se sente bem onde está, que tem saudade… sei lá de quê!"

Florbela Espanca

Fragmentos




"Não procuro prazer, procuro felicidade, o prazer

sem felicidade não é prazer"

Milan Kundera, pag-174

A Insustentável Leveza do Ser

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Mais uma partida










Tudo aconteceu de forma normal.

O despertar matinal, a correria em busca da vida.O banho compartilhado, a pouca conversa no breva café da manhã. Você naquela camisa preta que te proporcionava um ar de mistério e eu vislumbrado com esse seu ar mesmo depois de tanto tempo. Assim seguimos cada um a rotina da vida. Aliás seguimos caminhos diferentes, você seguiu a vida, eu segui a rotina, e no fim voltei mais uma vez para nosso frágil castelo sedimentado sobre poucas verdades e muitas desventuras e diferenças. Erámos felizes ou pelo menos fingíamos ser para assim não tornar tudo mais dolorido.

No final daquele dia sentei-me, como de costume, naquele cantinho que ingenuamente chamavámos de cantinho de dois. Esperei mas você não veio, no ínicio me preocupei, no meio me desesperei e bem depois, lá no final me resignei. Não sabia ao certo como tinha acontecido, mas sabia que tinha acontecido. Você não voltaria, nem hoje, nem amanhã e nem depois, essa era a verdade imutável daquele momento. Na preocupação te busquei, no desespero procurei e achei, sem muita dificuldade, o porque de tudo isso. Já não erámos mais oque um dia fomos, já não erámos mais os caras apaixonados e utópicos que um dia palnejaram e construiram muitas coisas juntos. Não viámos mais um no outro a razão de estar ali, a ideologia que um dia nos juntou, agora havia se partido e a ponte imaginária que nos dava acesso um ao outro, já não era mais uma obra concreta e sedimentada.

Na resignação me conformei com o golpe, afinal era tudo oque sempre esperei, sem medos e sem dramas. Me entreguei a você, como um prisioneiro de guerra se entrega ao exercíto inimigo, me desfiz de tudo e o golpe certeiro e final era somente oque me restava. Não culpei você, não culpei a mim, isso seria pura covardia e hipocrisia. Chorei, não sei ao certo quanto tempo, só sei que chorei o tempo em que o sol não se fez presente. Mas não chorei pela partida, nem pela solidão que você sabe, nunca foi uma esfinge destruidora para mim. Chorei pelo fracasso de um longo período de vida, por planos feitos juntos e que não foram nada, chorei pela pequenês da vida humana que pode ser desfeita em um instante, chorei para lavar a alma, para me apresentar a nova vida que nascia aos meus pés.

Pensei e como pensei, e vi o quão difícil é trocar os pronomes, o quão árduo e dolorido é trocar o nosso pelo meu, tão vazio. A partir daquele momento a vida perdia um pilar e tudo que antes era sustentado por dois pilares, teria que se sustentar somente em um e talvez, o mais fraco.


Não vi culpa em você, afinal você botou em prática oque sempre admirei no seu ser, sua coragem, e isso so me fez achar mais coisas boas em você pois você achou coragem para seguir sua vida da forma que achou que devia ser. Colocou em prática a nossa antinga vontade de simplesmente cair no mundo e sair por ai, só que dessa vez sem contar comigo, sem planejar de forma dupla. Você foi ser feliz e isso é sempre uam opção louvável.


Depois de tudo me levantei, fazia frio nesse dia, um frio cortante e perturbador. Mas tive que entender que a partir daquele momento, somente eu faria o meu verão, somente a minha vontade de superar seria essencial. Não peço que vá nem peço que volte, peço somente que tanto tempo não seja uma lembrança sem e cor e nem cheiro que você tenta espantar toda vez que por ventura vier a sua cabeça.

A casa continuará a mesma, as sua coias sempre estarão aqui, não para esperar sua volta, mas simpara lembrar que um dia eu tive uma vida e vivi nesse espaço de existência, a vida que um dia pintei para mim.

sábado, 8 de novembro de 2008

Vida Vida


Não sou alegre, não sou triste.
Não sou feio, nem sou belo.
Não sou o escolhido e nem o preterido.
Sou apenas um espectro sem destino, perdido dentro e fora de mim.
Em algum momento me perdi.
Na verdade me perdi duas vezes. Uma vez me perdi no mundo, depois me perdi dentro de mim, e oque me tornei, nem eu mesmo sei.
A esfinge da vida me interrogou e por não saber a resposta, fui devorado e banido para uma dimensão tosca e com sérias disfunções.

Ser alegre ou triste, já não compete a mim.Sou apenas os desmandos da vida que assumiu o controle.Se um dia fui feliz não sei e se fui triste sei menos ainda, sei que alguma coisa um dia eu fui.
E por ai eu vou, seguindo oque eu não sei, perdido?Não. Encontrado?Jamais.Sou o andarilho da vida e somente ela decide, com punho forte e impessoal, oque será ou não seguido por mim.

sábado, 25 de outubro de 2008


Independente do que seja, peço que vá querida. Amar não é prender, acorrentar, tomar posse. Muito pelo cotrário, amar é ser cúmplice, companheiro, amigo.
Se é lá que você vai encontrar oque tanto quer, peço que vá, corra oque for necessário. Não quero e não vou prender você, isso é muito mesquinho para um coração que ama.
Não vamos prolongar, por mero comodismo, isso que nos tornamos. Isso que nos consome e nos gasta de forma tão severa e intensa.
Peço que vá e desejo feliz viagem, desejo sorte, desejo a paz de consciência e desejo que viva pois é essa a intenção do meu ato. Isso é muito importante, vale muito frisar: viva, e eu sei que assim não vivemos, oque fazemos é simplesmente agir como corpos aprisionados, sem vontade. Não chore. Não pense em pensar, é por muito pensar que ainda estamos aqui nessa situação. E por muito pensar que você muito se anulou. Chorar para e porque? Estamos bem, somos felizes, so que agora, cada um na sua vida, na sua redoma.
Eu? Eu Te amo, e ficarei aqui sempre velando por você,s empre cuidando e tratando você. Não vou sofrer, não tenho motivos para isso. Estou presenteando com oque há de melhor oque há de melhor para mim. Eu estarei sempre aqui, aquele amigo bobo que um dia você ensaiou uma grande paixão( e que ensaio bom!), mas agora o espetáculo principal chegou e eu não vou permitir um atraso maior da sua parte.
Ficaremos felizes. Viveremos felizes, afinal quem já amou de forma tão bela e intensa como eu te amei, só tem motivos para ser no mínimo muito feliz. Fui o homem mais amado, pela mulher mais bela. Lindo e simples, mas também mutável.
Não me olhe com essa cara de sofrimento, nãão, sofrer é uma das únicas coisas coisas que eu não quero fazer a você. Levante, sorria, seja você e peçamos oque há de melhor agora para nós, pois esta é nossa noite. Nossa última noite. E depois dela, peço que vá.